Ha’ uns anos ouvi uma historia sobre a visita do Alvaro Cunhal ‘a Coreia. Conta ele que foi levado a visitar a Torre Juche em Pyongyang. Motivo de orgulho para os seus anfitrioes eram as placas comemorativas de todos os grupos internacionais interessados na ideologia local. Em particular, destacava-se a representacao portuguesa, celebrando os grupos de Queluz, Lisboa, Amadora e Estoril do Comite’ Portugues de Estudo do Kimilsunismo. O Alvaro nao foi capaz de lhes dizer que, a existir, estavamos a falar de malta de pouca relevo.
Para os que conhecem a historia (ouvida de quem a viveu ou por terceiros), aqui ficam duas fotografias.
Torre comemorativa da ideia Juche:
Placas enviadas por grupos internacionais, com O Comite’ Portugues de Estudo do Kimilsunismo em destaque:
Arquivo da Categoria: Rex
O que isto está bom é para emigrar
Ninguém está a salvo
O Bernardino Soares do Alasca
Descubra as diferenças
Para além do barco, a primeira é um anúncio que usa uma fotografia que alguém sacou da net (via Arrastão) sem pedir autorização a ninguém, a segunda é uma fotografia abrangida por uma licença Creative Commons. Esconder uma notícia é mau jornalismo. Usar o trabalho de outra pessoa sem autorização é crime.
I colonize you, you colonize me
Socialismo… Australian-style
Passei hoje por este bar, ali mesmo ao lado da Ópera de Sydney. O bar chama-se Lenin e serve vodka. O letreiro está numa janela perpendicular à rua (com pouco visibilidade) e escondido atrás de sofás. É um socialismo muito tímido, o desta malta.
Mensagem de ano novo
Imperdível para todos os que querem compreender a problemática do Pacífico Sul
Um texto publicado em 1987 no Behoerdenwegweiser:
Die Primärproduktion, sowie die Abgabe kleiner Mengen von Primärerzeugnissen an Endverbraucher oder lokale Einzelhandelsunternehmen bedürfen keiner Zulassung.
Für die Abgabe kleiner Mengen von Fleisch von Geflügel und Hasentieren durch den Erzeuger sowie für die Abgabe kleiner Mengen von Wild oder Wildfleisch durch den Jäger an Endverbraucher und lokale Einzelhandelsunternehmen ist ebenso keine Zulassung nötig.
Betriebe, die Lebensmittel tierischen Ursprungs am Ort des Verkaufs oder der Abgabe an den End-verbraucher handhaben, be- oder verarbeiten und lagern (Einzelhandel) und dabei nicht mehr als ein Drittel ihrer Produkte tierischen Ursprungs an andere lokale Einzelhandelsunternehmen abgeben, benötigen keine Zulassung. Zu Einzelhandelsunternehmen gehören auch Gaststätten und Restaurants. Filialen und Markstände sind in diesem Zusammenhang als eigenständige Einzelhandelsunternehmen zu sehen.Selbstschlachtende Metzgereien und selbstschlachtende Direktvermarkter benötigen jedoch in je-dem Falle eine Zulassung für den Schlachtbereich. Die neuen Regelungen ermöglichen eine flexible Handhabung und eröffnen ausreichend Ermessensspielraum, so dass die Zulassung für die betroffenen Betriebe keine unüberwindbare Hürde darstellt.
Donde é que vem esse número?
Na escola ensinaram-me a fazer essa pergunta, provavelmente baseada em estatísticas também de si pouco fiáveis que dizem que muitos números nao vêm de lado nenhum. Já me tinham falado do Gapminder, mas nada como um bom vídeo (nunca se perguntaram qual seria a relacao entre desenvolvimento, mitos coloniais e engolidores de espadas?) e uma boa experiência para voltar a despertar o interesse.
http://video.ted.com/assets/player/swf/EmbedPlayer.swf
A experiência:
Tendo já ouvido dizer tantas vezes que Portugal se atrasou em relacao a Espanha por causa do 25 de Abril, fui espreitar os números. E o que eles dizem é que no princípio dos anos 60 Portugal continuou a seguir Espanha com poucos anos de atraso no que toca à economia (aqui, PIB/capita), mas deixou-se ficar para trás no que toca à saúde (aqui, esperanca média de vida). Só no final dos anos 70 é que Portugal volta a entrar na mesma rota de crescimento que a que se vê em Espanha, sobretudo através de um salto significativo na saúde. Isto é o que eu vejo em 5 minutos neste boneco.
Toma!
NOTA: Estas imagens são obviamente uma montagem. O Nikita nunca teria falhado àquela distância.
Sobre o PCP, o imobilismo e o fim do capitalismo
Até um relógio parado está certo duas vezes por dia.
Não vou mentir: hoje comecei o dia bem disposto
Por aqui tudo tranquilo
Nada como organizar uma festa espontânea junto às barracas para celebrar os sucessos de uma nação.
Viagens de taxi e luta de classes
Passamos uma lomba e o taxista diz “excuse me, sir”
Ele recebe uma mensagem e o telefone diz “excuse me, boss, you have a message”
Se escrever tanto sobre o Abu Dhabi como escrevi sobre Angola, devo escrever muito pouco.
Luanda – o trânsito
As deslocações em Luanda são um desafio interessante. Tirando uma breve visita à Cidade Alta, onde vive o Presidente e onde está a maioria dos ministérios, não vi uma rua que não estivesse cheia de pequenas ou grandes crateras, a maioria cheia até cima com água que vem do sistema de esgotos em tão mau estado como o pavimento.
Quem tem dinheiro anda de jipe, de preferência com motorista. Andar de carro pode significar demorar 5 vezes mais tempo a chegar ao destino que indo a pé, mas dizem-nos que é perigoso andar a pé. O caos vem não só dos buracos, mas sobretudo da quase ausência de regras. Vi muito poucos semáforos, e os que vi estavam vermelhos quando passei por eles. Há toques constantes e nas bermas vêem-se carros destruídos por algum acidente mais violento.
A gasolina é quase de borla, mas à noite começam a formar-se filas para abastecimento com combustível que só chegará na manhã seguinte.
Quem não tem dinheiro anda de Hiace (“iáce”, também chamado “candongueiro”). Estas carrinhas andam por todo o lado, apinhadas com gente que não tem outra forma de se movimentar numa cidade com 5 milhões de habitantes e sem outra coisa que se pareça com uma rede de transportes públicos.
Loanda
Não me alongando muito, esta cidade é qualquer coisa que é preciso conhecer. O resto deixo para o próximo jantar sectário.
Desabafo do outro lado da barricada
Alegria no trabalho, o caralho.
Cinema Spectrum
Uma curta metragem de 1992 baseada numa lenda urbana. Ganhou um Oscar em 1994. “O preto acabou de o comer.” é a citação que a história recordará.
Dos anos internacionais e das suas lógicas
Recordar é viver
Helen: Mind if I smoke, while you’re eating? (Deep Throat, 1972)
Um momento cinematográfico para arrancar 2008.
Diz-me o que lês, dir-te-ei quem és #3 (também quero)
Rex (solitário na vanguarda)
Post à RD
Spectrum, o blogue do táxi.
Na América
No controlo de passaportes oferecem chocolates e chupa-chupas. “Is this good?”, perguntámos. “Of course, it’s American!”, foi o que ouvimos do guarda.
Entre o Bistro Romain e o Quick
O Rui, entre óptimas fotografias, abre espaço para um relato na primeira pessoa sobre o que poderá vir a França de Sarkozy. Vale a pena ler.
Quando o Carmona acabou de falar…
…só eu é que ouvi a canção do menino guerreiro?
Independência pendente
Olhem para mim
Deine Gewalt ist nur ein stummer Schrei nach Liebe
Deine Springerstiefel sehnen sich nach Zärtlichkeit
Du hast nie gelernt dich zu artikulieren
Und deine Eltern hatten niemals für dich Zeit
Oh oh oh Arschloch
Que é como quem diz:
A tua violência é só um silencioso grito por amor
As tuas botas pedem carinho
Nunca aprendeste a articular-te
E os teus pais nunca tinham tempo para ti
Ó ó ó idiota
Die Ärtze, Schrei nach Liebe
Tallinn Pride – Skinhead desarmado por uma lésbica
Ouvido a caminho do trabalho
O RCP informa-me que 20% do capital das maiores empresas portuguesas cotadas em bolsa está na mão de estrangeiros. Chamem-me sentimentalista, mas estou mais preocupado com os outros 80%…
Sexual healing
O Renegade está a saber envelhecer.
Teoria da Conspiração
O Hezbollah diz que vai atacar Telavive, Israel diz que, se isso acontecer, ataca Damasco, o Irão diz que, se isso acontecer, defende a Síria (ou seja, ataca Israel). Sem ser preciso dizer, se o Irão atacar Israel, os EUA atacam o Irão.
A forma rápida e desajustada como se deu a mais recente escalada no Médio Oriente levanta a hipótese de ser pouco mais que a procura de uma desculpa para bombardear o Irão, talvez até com armas nucleares.
Há quem defenda que uma bomba atómica nas mãos do Irão conduziria à estabilidade na região. Acho que há poucas dúvidas que foi a hipótese de destruição mútua que evitou uma guerra entre os EUA e a URSS. Também é preciso ver que isso só funciona com malta que acha que a própria vida é mais importante que uma causa maior.
E enquanto isso há um país a ser empurrado de volta à idade média. Depois de terem ficado sem aeroportos, sem pontes e sem estradas, hoje ficaram sem praias.