17 thoughts on ““Sobre a passagem de alguns milhares de pessoas por um breve período de tempo””
Parabens!
Tou a gostar..
«14 de Novembro de 2012. Neste dia milhares de pessoas tomaram as ruas, como parte de uma ampla greve geral com dimensão europeia, marcando um importante desvio na imagem da sociedade portuguesa como receptora passiva das políticas de austeridade. A rua está cada vez menos controlável e mais selvagem: milhões em greve, piquetes combativos, multibancos em chamas, calçadas inteiras que voam sobre a linha policial, montras de bancos quebradas e barricadas de fogo impedem o avanço da polícia. Mas os acontecimentos vividos nesta greve viriam também a confirmar uma importante mudança de estratégia do Estado relativamente às crescentes expressões do conflito social, bem como revelar diferentes aspectos da fragilidade do movimento.»
Vai ser lançado no MOB? Editado pela Zita na Bertrand? Apoiado pelo Louçã na crónica semanal?
É que sem isso vendem menos que o Chomski.
vai haver edição em papel? para quando?
Zbark: já há – está à venda (1€) no RDA69 e na Zona Franca dos Anjos
Camaradas antipáticos, julgo que na Greve Geral de 2010 em que uma manif anti-capitalista”inaugurou” a ocupação da rua e desaguou no Rossio e engrossou com algumas centenas de pessoas q ali se encontrava, o SPGL tinha organizado um concerto comício na Praça da Figueira, praça cheia. Acho que fui dali que fui para a sopa em S.Lázaro. Por isso não é rigoroso, para n dizer mais, dizer-se q estavam ali umas pessoas convocadas por organizações satélite do BE como é de salientar que mesmo no mundo sindical, dentro da cgtp, houve vontade de ocupar a Rua em dia de Greve Geral. A adesão à manif anti-capitalista ilustrou essa vontade popular, para quem não queria ver na cgtp, mas a manif anti-capitalista não esteve sozinha a sublinhar essa vontade.
Saudações vectoriais e em fluxo
Cara Operation Wolf, falamos de momentos diferentes.
A manifestação passou pelo Rossio à tarde, onde se concentravam os precários inflexíveis e os intermitentes e outras organizações. O concerto começou já era de noite. O que o texto diz a esse respeito é rigoroso, mesmo se não se considerou necessário ou relevante referir que o SPGL organizou um concerto/comício na noite de um dia de greve geral.
“Acabou por vingar a versão mais consistente: oito malucos e meio tinham posto em
perigo o Estado de Direito, a polícia podia ter facilmente detido essas sete
pessoas e por essas cinco pagaram os largos milhares distraídos à sua volta.” :D
Um diário de campanha bem sacado, sim senhor! Os antipáticos destacam-se pela qualidade da análise! Vivemos tempos interessantes!
Joana Pereira
Cara Rick Dangerous, eu passei de uma à outra sendo que perdi a parte do comício e apanhei já o concerto pelo meio. Se n se considera relevante referir que no meio sindical já se sentia a necessidade de prolongar a greve para a ocupação do espaço da cidade já considero falta de rigor ignorar que muitos dos professores que se dirigiam à Praça da Figueira se juntaram à manif anti capitalista e que percorreram as ruas da baixa do lado dos anti-capitalistas, momento aliás que vem ao encontro dos enunciados deste texto-panfleto quando privilegia o lado expontâneo e imprevisível da contestação. (dizer no meio disto que estavam ali no Rossio umas organizações satélite do BE -quando o cenário humano transcendia por demais a existência dos PI- parece assim arrevesado de pouca clarividência para sermos simpáticos) coisas mais interessantes e de maior monta haverá a comentar no texto colectivo das edições antipáticas, foi uma achega minor
Cuaralho meus, vão bater punho pá porta das grandes editoras a ver se este grande texto gera algum valor!
Estou a ver que somos incrivelmente pouco clarividentes por não termos identificado a ocupação profissional das pessoas que estavam no Rossio às 16h daquele dia. Teria sido mais fácil se todos trouxessem o distintivo.
O que não vale é transformar um concerto ao fim do dia numa concentração a meio da tarde: “No final do dia, milhares de pessoas assistiram ao concerto organizado pelo SPGL, em Lisboa, e festejaram a maior mobilização grevista de sempre, que assim respondeu às medidas de austeridade do Governo. À festa da greve geral juntaram-se Carvalho da Silva (líder da CGTP) e Libério Domingues (União de Sindicatos de Lisboa)”. [http://www.esquerda.net/artigo/pra%C3%A7-da-figueira-cheia-no-concerto-da-greve-geral]
“A partir das 15h, os Precários Inflexíveis e a Plataforma dos Intermitentes do Espectáculo e Audiovisual apelam a uma concentração; e, mais tarde, a partir das 17h30, o Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, da CGTP, organiza um concerto que promete juntar ainda pessoas neste dia de protesto”. [http://www.precariosinflexiveis.org/?p=2147]
Quanto ao que se considera relevante no meio sindical, porque é que não escreves algo a esse respeito? Assim de repente, o que dizes pode fazer todo o sentido, simplesmente não contraria em nada aquilo que se escreveu no texto sobre aquele dia. Repito, um concerto-comício ao fim do dia não é uma manifestação durante a tarde. E os debates internos do movimento sindical não costumam primar pela sua clareza ou circulação pública, pelo que me parece um pouco deslocado que se considere que deveriam ter sido abordados neste texto.
Na foto faltam as publicações mais famosas: o APPEL (que transformou uma geração antagonista europeia) e as DIATRIBES (que transformou uma geração antagonista portuguesa..)
“Felizmente, a formiga no carreiro ia em sentido contrário e, apenas quatro dias depois, uma manifestação convocada por nebulosas entidades- «os invisíveis», «matéria bruta» e «queers-eministas» – sob o lema «Manifestação anticapitalista – pelo bloqueio, pela sabotagem», agrupoumais de mil pessoas entre o Largo de Camões e o Rossio, reunindo todosos que quiseram passar esse dia de luta na rua em vez de ficar em casa.No Rossio, a manifestação duplicou espontaneamente e sem qualqueres esforço quando as pessoas ali concentradas, em resposta à convocatória de diversas organizações satélite do Bloco de Esquerda, transformaram a sua concentração em parte de uma manifestação para a qual durante anos se disse não haver condições.” Rick, parece que o esquerda.net e a cgtp começa a ter mais companhia em textos auto-congratulatórios. Quem falou no discurso sindical foi o vsso texto, a última frase nesta passagem. Quem falou que à manif anti-capitalista se vieram juntar as pessoas que estavam no Rossio convocadas por organizações do BE foi o vosso texto. N me interessa para nada adjectivar as opções que subjazem a esta passagem, acho que isso poderá caber num texto ou numa reflexão maior sobre todo o vosso texto, acho é que ela não é rigorosa pelo que descrevi e que tu mesmo procuraste. Se tu achas que isso n retira em nada o rigor da descrição dessa manif (memórável e supreendente sim) que é feito nesta passagem então devo presumir que esses pormenores -que achas que não são necessários nem relevantes -podem percorrer todo o texto e todas as reflexões
Camarada operação, desculpa mas parece-me mesmo que estás a desconversar.
Durante anos não se convocaram manifestações em dias de greve geral com o argumento de que não havia condições. No dia 24 de Novembro de 2010 houve uma manifestação em dia de greve geral. Nesse mesmo dia, mas horas mais tarde, o SPGL convocou um comício-concerto.
1- Havia condições para uma manifestação em dia de greve geral.
2- Essa manifestação não foi convocada por qualquer organização sindical.
3- Essa manifestação foi bastante ampliada pela participação de pessoas que haviam respondido a uma convocatória dos precários inflexíveis e da plataforma dos intermitentes do espectáculo.
4- Pelos vistos algumas pessoas estavam no Rossio, não em resposta a essa convocatória, mas à espera de um comício-concerto marcado para algumas horas depois. Eram professores/as e tu eras uma delas.
Não estou sinceramente a ver onde está o tom auto-congratulatório nem o ponto onde o texto que estás a citar peca por falta de rigor. Mas se tiveres um pouco mais de paciência para me explicar talvez eu chegue lá.
Apenas agora consegui o tempo para comentar o vosso texto, sendo que certamente se mantém toda a actualidade do assunto.
Gostava de deixar a minha achega na resenha histórica feita, sobretudo alertando
para aquilo que será porventura o facto mais interessante nestes meses de protestos
e ao lado do qual o texto passa com alguma ligeireza. Esse facto está ligado ao
cerco ao parlamento, a 15 de outubro, e aos efeitos que este provocou.
O cerco ao parlamento parecia estar a ser em tudo mais uma manifestação ritualista
frente à escadaria, o que confirmei em breve conversa com algumas pessoas que a tinham
convocado. Ora este ritual foi interrompido pela iniciativa de algumas pessoas que
decidiram de facto fazer aquilo para que tinham sido convocadas: um cerco.
A resposta do resto da malta foi interessante e está relatada no vosso texto. O que
não está relatado é que este cerco, espontâneo e breve que foi, conseguiu ainda assim
impedir diversos deputados de deixar de carro o parlamento, tendo que se dirigir a pé ou
de transportes públicos para casa. Contudo o efeito não se ficou por aqui.
Uns dias mais tarde, a 31 de Outubro, a votação prevista do orçamento de estado foi
antecipada e alguns deputados fugiram do parlamento antes que se começassem a juntar
as pessoas que respondessem afirmativamente à convocatória desse dia.
A mim parece-me que este efeito não é dispiciendo, antes pelo contrário, é muito bom
sinal de que estávamos no bom caminho. Parece-me de igual modo que manifestações que
se seguiram, apesar de mais virulentas (14 de Novembro) ou muito mais participadas (por exemplo o 2 de Março) tiveram muito menos efeito.
Colocando como um dos objectivos principais a serem atingidos o impacto causado nos
deputados, temos que nos organizar para isso. Percebo que a luta seja também uma
forma de criar solidariedades entre diversos grupos e indivíduos, uma forma de
politização e emancipação, uma forma de criação de brechas na ordem (mental) instituída.
Mas considerando que um dos objectivos principais seja o impacto nos políticos,
o cerco de 15 de Outubro terá sido aquele que mais se aproximou desse desiderato. E
estando a luta neste momento a apresentar alguma fadiga (ou será apenas um refluxo?),
urge repensar aquilo que tem sido feito e seguir na boa direcção indicada pelo 15 de
Outubro. Até porque é engraçado pensar no que poderão ser as implicações de um
parlamento repetidamente sitiado. Passariam os deputados a reunir só de manhã? Ou
às escondidas? Ou a isolar as ruas adjacentes ao parlamento (mas têm sempre que
sair de um qualquer perímetro de segurança, cedo ou tarde)? Ou mudariam o parlamento
para um local secreto? E mudariam só os deputados do arco de poder? E os do BE e PCP,
passariam a reunir sozinhos no parlamento? Onde ficaria então a sede do poder?
Saliento que nesta forma de luta também se podem obter outros frutos, a tal
solidariedade, politização e criação de brechas, parece-me.
Parabens!
Tou a gostar..
«14 de Novembro de 2012. Neste dia milhares de pessoas tomaram as ruas, como parte de uma ampla greve geral com dimensão europeia, marcando um importante desvio na imagem da sociedade portuguesa como receptora passiva das políticas de austeridade. A rua está cada vez menos controlável e mais selvagem: milhões em greve, piquetes combativos, multibancos em chamas, calçadas inteiras que voam sobre a linha policial, montras de bancos quebradas e barricadas de fogo impedem o avanço da polícia. Mas os acontecimentos vividos nesta greve viriam também a confirmar uma importante mudança de estratégia do Estado relativamente às crescentes expressões do conflito social, bem como revelar diferentes aspectos da fragilidade do movimento.»
Vai ser lançado no MOB? Editado pela Zita na Bertrand? Apoiado pelo Louçã na crónica semanal?
É que sem isso vendem menos que o Chomski.
vai haver edição em papel? para quando?
Zbark: já há – está à venda (1€) no RDA69 e na Zona Franca dos Anjos
Camaradas antipáticos, julgo que na Greve Geral de 2010 em que uma manif anti-capitalista”inaugurou” a ocupação da rua e desaguou no Rossio e engrossou com algumas centenas de pessoas q ali se encontrava, o SPGL tinha organizado um concerto comício na Praça da Figueira, praça cheia. Acho que fui dali que fui para a sopa em S.Lázaro. Por isso não é rigoroso, para n dizer mais, dizer-se q estavam ali umas pessoas convocadas por organizações satélite do BE como é de salientar que mesmo no mundo sindical, dentro da cgtp, houve vontade de ocupar a Rua em dia de Greve Geral. A adesão à manif anti-capitalista ilustrou essa vontade popular, para quem não queria ver na cgtp, mas a manif anti-capitalista não esteve sozinha a sublinhar essa vontade.
Saudações vectoriais e em fluxo
Cara Operation Wolf, falamos de momentos diferentes.
A manifestação passou pelo Rossio à tarde, onde se concentravam os precários inflexíveis e os intermitentes e outras organizações. O concerto começou já era de noite. O que o texto diz a esse respeito é rigoroso, mesmo se não se considerou necessário ou relevante referir que o SPGL organizou um concerto/comício na noite de um dia de greve geral.
“Acabou por vingar a versão mais consistente: oito malucos e meio tinham posto em
perigo o Estado de Direito, a polícia podia ter facilmente detido essas sete
pessoas e por essas cinco pagaram os largos milhares distraídos à sua volta.” :D
Um diário de campanha bem sacado, sim senhor! Os antipáticos destacam-se pela qualidade da análise! Vivemos tempos interessantes!
Joana Pereira
Cara Rick Dangerous, eu passei de uma à outra sendo que perdi a parte do comício e apanhei já o concerto pelo meio. Se n se considera relevante referir que no meio sindical já se sentia a necessidade de prolongar a greve para a ocupação do espaço da cidade já considero falta de rigor ignorar que muitos dos professores que se dirigiam à Praça da Figueira se juntaram à manif anti capitalista e que percorreram as ruas da baixa do lado dos anti-capitalistas, momento aliás que vem ao encontro dos enunciados deste texto-panfleto quando privilegia o lado expontâneo e imprevisível da contestação. (dizer no meio disto que estavam ali no Rossio umas organizações satélite do BE -quando o cenário humano transcendia por demais a existência dos PI- parece assim arrevesado de pouca clarividência para sermos simpáticos) coisas mais interessantes e de maior monta haverá a comentar no texto colectivo das edições antipáticas, foi uma achega minor
Cuaralho meus, vão bater punho pá porta das grandes editoras a ver se este grande texto gera algum valor!
Estou a ver que somos incrivelmente pouco clarividentes por não termos identificado a ocupação profissional das pessoas que estavam no Rossio às 16h daquele dia. Teria sido mais fácil se todos trouxessem o distintivo.
O que não vale é transformar um concerto ao fim do dia numa concentração a meio da tarde: “No final do dia, milhares de pessoas assistiram ao concerto organizado pelo SPGL, em Lisboa, e festejaram a maior mobilização grevista de sempre, que assim respondeu às medidas de austeridade do Governo. À festa da greve geral juntaram-se Carvalho da Silva (líder da CGTP) e Libério Domingues (União de Sindicatos de Lisboa)”. [http://www.esquerda.net/artigo/pra%C3%A7-da-figueira-cheia-no-concerto-da-greve-geral]
“A partir das 15h, os Precários Inflexíveis e a Plataforma dos Intermitentes do Espectáculo e Audiovisual apelam a uma concentração; e, mais tarde, a partir das 17h30, o Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, da CGTP, organiza um concerto que promete juntar ainda pessoas neste dia de protesto”. [http://www.precariosinflexiveis.org/?p=2147]
Quanto ao que se considera relevante no meio sindical, porque é que não escreves algo a esse respeito? Assim de repente, o que dizes pode fazer todo o sentido, simplesmente não contraria em nada aquilo que se escreveu no texto sobre aquele dia. Repito, um concerto-comício ao fim do dia não é uma manifestação durante a tarde. E os debates internos do movimento sindical não costumam primar pela sua clareza ou circulação pública, pelo que me parece um pouco deslocado que se considere que deveriam ter sido abordados neste texto.
pumpa nos medias, só mais ums esforço camaradas se almejam o ipsilon:
http://www.vice.com/pt/read/os-antipaticos-voltaram-para-apontar-o-dedo
Na foto faltam as publicações mais famosas: o APPEL (que transformou uma geração antagonista europeia) e as DIATRIBES (que transformou uma geração antagonista portuguesa..)
http://entreasbrumasdamemoria.blogspot.pt/2013/04/sobre-passagem-de-alguns-milhares-de.html
“Felizmente, a formiga no carreiro ia em sentido contrário e, apenas quatro dias depois, uma manifestação convocada por nebulosas entidades- «os invisíveis», «matéria bruta» e «queers-eministas» – sob o lema «Manifestação anticapitalista – pelo bloqueio, pela sabotagem», agrupoumais de mil pessoas entre o Largo de Camões e o Rossio, reunindo todosos que quiseram passar esse dia de luta na rua em vez de ficar em casa.No Rossio, a manifestação duplicou espontaneamente e sem qualqueres esforço quando as pessoas ali concentradas, em resposta à convocatória de diversas organizações satélite do Bloco de Esquerda, transformaram a sua concentração em parte de uma manifestação para a qual durante anos se disse não haver condições.” Rick, parece que o esquerda.net e a cgtp começa a ter mais companhia em textos auto-congratulatórios. Quem falou no discurso sindical foi o vsso texto, a última frase nesta passagem. Quem falou que à manif anti-capitalista se vieram juntar as pessoas que estavam no Rossio convocadas por organizações do BE foi o vosso texto. N me interessa para nada adjectivar as opções que subjazem a esta passagem, acho que isso poderá caber num texto ou numa reflexão maior sobre todo o vosso texto, acho é que ela não é rigorosa pelo que descrevi e que tu mesmo procuraste. Se tu achas que isso n retira em nada o rigor da descrição dessa manif (memórável e supreendente sim) que é feito nesta passagem então devo presumir que esses pormenores -que achas que não são necessários nem relevantes -podem percorrer todo o texto e todas as reflexões
Camarada operação, desculpa mas parece-me mesmo que estás a desconversar.
Durante anos não se convocaram manifestações em dias de greve geral com o argumento de que não havia condições. No dia 24 de Novembro de 2010 houve uma manifestação em dia de greve geral. Nesse mesmo dia, mas horas mais tarde, o SPGL convocou um comício-concerto.
1- Havia condições para uma manifestação em dia de greve geral.
2- Essa manifestação não foi convocada por qualquer organização sindical.
3- Essa manifestação foi bastante ampliada pela participação de pessoas que haviam respondido a uma convocatória dos precários inflexíveis e da plataforma dos intermitentes do espectáculo.
4- Pelos vistos algumas pessoas estavam no Rossio, não em resposta a essa convocatória, mas à espera de um comício-concerto marcado para algumas horas depois. Eram professores/as e tu eras uma delas.
Não estou sinceramente a ver onde está o tom auto-congratulatório nem o ponto onde o texto que estás a citar peca por falta de rigor. Mas se tiveres um pouco mais de paciência para me explicar talvez eu chegue lá.
Apenas agora consegui o tempo para comentar o vosso texto, sendo que certamente se mantém toda a actualidade do assunto.
Gostava de deixar a minha achega na resenha histórica feita, sobretudo alertando
para aquilo que será porventura o facto mais interessante nestes meses de protestos
e ao lado do qual o texto passa com alguma ligeireza. Esse facto está ligado ao
cerco ao parlamento, a 15 de outubro, e aos efeitos que este provocou.
O cerco ao parlamento parecia estar a ser em tudo mais uma manifestação ritualista
frente à escadaria, o que confirmei em breve conversa com algumas pessoas que a tinham
convocado. Ora este ritual foi interrompido pela iniciativa de algumas pessoas que
decidiram de facto fazer aquilo para que tinham sido convocadas: um cerco.
A resposta do resto da malta foi interessante e está relatada no vosso texto. O que
não está relatado é que este cerco, espontâneo e breve que foi, conseguiu ainda assim
impedir diversos deputados de deixar de carro o parlamento, tendo que se dirigir a pé ou
de transportes públicos para casa. Contudo o efeito não se ficou por aqui.
Uns dias mais tarde, a 31 de Outubro, a votação prevista do orçamento de estado foi
antecipada e alguns deputados fugiram do parlamento antes que se começassem a juntar
as pessoas que respondessem afirmativamente à convocatória desse dia.
A mim parece-me que este efeito não é dispiciendo, antes pelo contrário, é muito bom
sinal de que estávamos no bom caminho. Parece-me de igual modo que manifestações que
se seguiram, apesar de mais virulentas (14 de Novembro) ou muito mais participadas (por exemplo o 2 de Março) tiveram muito menos efeito.
Colocando como um dos objectivos principais a serem atingidos o impacto causado nos
deputados, temos que nos organizar para isso. Percebo que a luta seja também uma
forma de criar solidariedades entre diversos grupos e indivíduos, uma forma de
politização e emancipação, uma forma de criação de brechas na ordem (mental) instituída.
Mas considerando que um dos objectivos principais seja o impacto nos políticos,
o cerco de 15 de Outubro terá sido aquele que mais se aproximou desse desiderato. E
estando a luta neste momento a apresentar alguma fadiga (ou será apenas um refluxo?),
urge repensar aquilo que tem sido feito e seguir na boa direcção indicada pelo 15 de
Outubro. Até porque é engraçado pensar no que poderão ser as implicações de um
parlamento repetidamente sitiado. Passariam os deputados a reunir só de manhã? Ou
às escondidas? Ou a isolar as ruas adjacentes ao parlamento (mas têm sempre que
sair de um qualquer perímetro de segurança, cedo ou tarde)? Ou mudariam o parlamento
para um local secreto? E mudariam só os deputados do arco de poder? E os do BE e PCP,
passariam a reunir sozinhos no parlamento? Onde ficaria então a sede do poder?
Saliento que nesta forma de luta também se podem obter outros frutos, a tal
solidariedade, politização e criação de brechas, parece-me.
Fica o contributo, cumprimentos
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